domingo, 19 de novembro de 2017

Placar em branco em casa prova que o Lyon sofre de "Fekirdependência"

Filipe Frossard Papini
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Com a suspensão do seu principal jogador, o ataque do OL foi ineficiente e acabou deixando dois pontos irem para o ralo. Falta de experiência do elenco também prejudicou nos momentos de tensão



No duelo deste domingo, o Lyon tinha um objetivo bem claro em mente: vencer o Montpellier e encostar no Monaco na tabela. O time do Principado fechou a 13ª com 29 pontos e, caso o OL vencesse, chegaria aos 28. Um feito importante que o colocaria, realmente, na briga pela parte de cima da tabela. O adversário da noite, visitando o Groupama Stadium, também tinha a clara ambição de vencer - mas caso conseguisse arrancar apenas um ponto, também estaria de bom tamanho. O MHSC tinha chances de chegar até em 6º lugar e só precisava da vitória para isso acontecer.

Jogando em casa, o Lyon tinha algumas pequenas peças soltas para Bruno Génésio resolver, a começar por Nabil Fekir. O craque do time recebeu cartão amarelo no clássico contra o St-Étienne e ficou suspenso para o jogo de hoje. Bertrand Traoré, que sentiu cansaço na sua viagem por Burkina Faso na data Fifa, pediu descanso e começava no banco. Além deles, Morel, Ferri e Grenier também eram ausências já confirmadas desde ontem para o treinador, que optou por jogar no 4-3-3, novamente com Aouar de titular, assim como N'Dombélé e Cornet no ataque. Outra novidade do OL era a presença de Diop no banco, relacionado pela primeira vez desde que foi contratado na última janela. Confira como ficou os 11 iniciais:




Pelo lado dos visitantes, Michel Der Zakarian também tinha problemas com desfalques e isso influenciava diretamente sua escalação. Jogando fora e querendo pelo menos um empate, sua formação inicial foi armada de forma um pouco defensiva. Três zagueiros e cinco homens no meio de campo. De desfalques, os jovens Poaty, Skhiri e Ikoné, além do experiente zagueiro Daniel Congré. Com poucos gols marcados na competição até então, o MHSC ainda não tem um nome que carrega o time na temporada, mas sua grande força é sua defesa muito segura e seu ataque extremamente experiente, formado por Sio e Camara. Abaixo, veja como ficou o time de Der Zakarian:




Inflamado pela torcida presente no estádio, os primeiros dez minutos de jogo foram, de certa forma, decepcionantes para quem presenciava a partida no estádio. Meio de campo bastante povoado, muitas faltas, alguns cartões e praticamente nenhuma boa jogada criada pelos dois lados. O Lyon era ligeiramente melhor, pois tinha controle da posse de bola, mas pareciam que os elencos se estudavam no comecinho e pouca coisa aconteceu.

A primeira boa oportunidade de gol foi criada por Houssem Aouar, aos 13'. Ele roubou bola do brasileiro Vitorino Hilton, conseguiu avançar, entrou dentro da área e quase sem ângulo chutou forte. A bola foi pela rede ao lado de fora. Alguns minutos depois, o Montpellier também apresentou suas armas e também foi de forma individual. Paul Lasne recebeu do meio da rua e decidiu arriscar dali mesmo. A bola foi por cima, mas pegou um efeito que quase surpreendeu Anthony Lopes.

Aos 28' de jogo, o OL conseguiu, finalmente, criar outra excelente oportunidade de gol. Tudo começou no meio de campo, quando Pedro Mendes perdeu a bola para Mariano Díaz. Ele saiu em disparada junto com Cornet, que acabou ficando com a posse de bola e avançou em contra-ataque. Mariano abria pelo centro, mas Memphis Depay aparecia sozinho na esquerda. O holandês recebeu e faltou frieza na hora de finalizar. Acabou isolando o chute, mesmo estando na cara do gol.

Não durou nem mais do que cinco minutos para o Lyon chegar novamente com perigo. Mais uma vez, a jogada surgiu dos pés de Cornet, na direita. Ele roubou bola - que o Montpellier reclamou falta - e prosseguiu no lance. Para entrar na área, tabelou com N'Dombélé, que achou um ótimo passe e deixou o atacante dentro da área. Na finalização, Cornet chutou rasteiro e Lecomte tirou com os pés. Na resposta, o MHSC chegou com Ninga, que viu o clarão e arriscou da intermediária. O chute forte passou ao lado do gol de Lopes.

Mesmo com o Lyon imprimindo quase 65% de posse de bola no primeiro tempo, o Montpellier conseguia igualar as ações. Não criavam muito, mas também não dava espaços para o OL principalmente construir suas jogadas criativas no meio de campo. O Lyon dependia exclusivamente de um lance fortuito e individualizado dos seus homens de frente, ou alguma bola parada, chute de fora da área, etc. A dificuldade para chegar com a bola nos pés, na defesa adversária, era latente.

Antes do intervalo, o time visitante ainda tentou criar algumas jogadas que foram, de certa forma, muito bem construídas. Essa situação acabou expondo um outro ponto positivo do jogo: a defesa do Lyon. Muito bem posicionada, segura e veloz, praticamente neutralizou todas as tentativas adversárias. Pelo lado direito, com Kenny Tete e o brasileiro Marcelo, inclusive, era o lado em que mais aconteciam as roubadas de bola e algumas chances, posteriormente, de contra-ataque.

No segundo tempo, o Lyon também foi o primeiro a chegar com perigo, repetindo as ações da primeira parte. Em jogada construída no meio de campo, Memphis se posicionou centralizado, recebeu e conseguiu fazer bom passe para Cornet, aberto na direita. O atacante avançou em direção diagonal, podendo fazer o cruzamento para Mariano Díaz que aparecia no segundo pau, mas preferiu chutar meio torto. Lecomte salvou. Foi a última ação de Cornet no jogo, trocado por Traoré.

Naquele momento do jogo, a situação da partida era bastante cômoda para a equipe do treinador Michel Der Zakarian. O Montpellier conseguia equilibrar as forças com o Lyon, criava suas jogadas, e mantinha um resultado interessante fora de casa. Um lance despretensioso poderia jogar esse plano todo por água abaixo, mas também poderia colocar seu time pra frente. Por isso demorou a mexer, mas quando mexeu, trocou duas vezes:  Entraram Cozza e M'Benza para as saídas de Roussillion e Sio.

No mesmo instante, o Lyon também trocava. Arriscadamente, Génésio queimava suas duas últimas alterações aos 30' do segundo tempo. N'Dombélé e Mendy deixaram o gramado para dar lugar ao jovem Amine Gouiri - estreando com a camisa principal do OL e também o brasileiro Fernando Marçal. Taticamente, o time também mudava, indo para o clássico 4-4-2, com Gouiri e Mariano Díaz fazendo a frente. Além de Aouar compondo o meio com Tousart.

Quando o jogo já se aproximava dos últimos dez minutos, o Lyon parecia ter perdido seu centro e toda organização que buscava ao longo da partida. O desespero pela vitória tomou conta do time e as jogadas ofensivas se tornaram bagunçadas. Ora era chute de fora da área de forma desnecessária, ora era levantamento para os centroavantes... Mas tudo sem precisão. Os jogadores pareciam visivelmente nervosos com a falta de gol.

Com claros indícios de que o Lyon se perdia em suas ações no jogo, até mesmo devido a falta de experiência do elenco, Michel Der Zakarian ousou em sua última troca. Colocou um homem de frente com bastante experiência e que poderia dar o toque de tranquilidade que o seu time precisava. O Montpellier queimava sua última substituição aos 38' do segundo tempo, tirando Ninga e colocando o habilidoso Stéphane Sessègnon.

Nos últimos minutos de jogo, aquele estilo de jogo na base do desespero foi ativado. Bolas na área, cruzamentos na tentativa de criar um bate-rebate na defesa adversária. Tudo isso foi usado. Mas o OL não conseguiu fazer o seu gol em casa e acabou cedendo o empate ao adversário. A partida só mostrou que o Lyon sofre, sim, de uma Fekirdependência e terá que lidar com isso durante a temporada.

O Lyon agora dá uma pausa em seus compromissos pelo Campeoanto Francês e retorna suas atenções ao Grupo E da Liga Europa. O adversário será, novamente, o Apollon Limassol, clube cipriota que complicou no jogo de ida. Agora, no Groupama Stadium, o OL terá a chance de carimbar sua vaga para a próxima fase. O duelo será às 18h05 do horário de verão de Brasília, do próximo dia 23, quinta-feira. Até lá!

FOTOS: France Football / olweb.fr / L'Equipe
CAMPINHOS: Foot Mercato


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